terça-feira, 7 de julho de 2009

Nara Leão

Nara Lofego Leão nasce em Vitória, Espírito Santo, no dia 19 de janeiro de 1942. Mudou-se para o Rio de Janeiro quando tinha apenas um ano de idade, com os pais e a irmã, a hoje jornalista Danuza Leão. Começou a ter aulas de violão na adolescência.
Em seu apartamento em Copacabana aconteciam reuniões de música onde, segundo alguns críticos, nasceu a Bossa Nova. No final dos anos 50 trabalhava como repórter em um jornal e participava de shows de Bossa Nova, cantando com sua voz curta e acompanhando-se ao violão.
Em 1963 estreou profissionalmente no musical "Pobre Menina Rica", de Vinicius de Moraes e Carlos Lyra. No mesmo ano gravou duas faixas no disco "Depois do Carnaval", de Carlinhos Lyra: "É Tão Triste Dizer Adeus" e "Promessas de Você". Já no ano seguinte, quando gravou seu primeiro LP, "Nara", provocou polêmica ao adotar um repertório que, além de bossa nova, incluía diversos sambas de compositores chamados de "sambas de morro".
Ao final de 1964, participou do espetáculo "Opinião", um dos mais importantes do período e um dos primeiros a contestar o regime militar, e nessa mesma época gravou seu segundo LP "Opinião de Nara". No ano seguinte chamou a estreante Maria Bethânia, da Bahia, para substituí-la no espetáculo. Assim, nesse show, Nara Leão foi diretamente responsável pelo surgimento da estrela Bethânia. Foi a intérprete de "A Banda", de Chico Buarque, que dividiu o primeiro prêmio do Festival da TV Record de 1966 com "Disparada" defendida por Jair Rodrigues.
Dois anos depois integrou o movimento tropicalista, participando do emblemático disco "Tropicália ou Panis et Circensis". Nos anos seguintes passou uma temporada na França, onde reatou laços com a Bossa Nova, gravando dois LP’s dedicados a esse repertório.
Cantora com visão de produtora, durante a carreira participou de vários os movimentos musicais, tendo lançado inúmeros compositores novos e relançado outros antigos, numa impressionante capacidade de escolha de repertório, e um carisma que compensava a falta de potência vocal, superando em prestígio e sucesso muitas grandes vozes surgidas durante a década de 60. Várias músicas ganharam fama em sua voz como "Pedro Pedreiro", "Olê Olá", "João e Maria", "Com Açúcar, com Afeto", além de praticamente todos os clássicos da Bossa Nova.
Faleceu no dia 7 de junho de 1989, no Rio de Janeiro, após vários anos de luta contra um tumor no cérebro. Após sua morte, os compositores Sivuca e Paulinho Tapajós compuseram, em sua homenagem, "Canção Que Se Imaginara".

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